Obras raras em recuperação na UFRN

17/06/2013 11:41

Thaisa Mendonça*

 

Cento e vinte e sete (127) obras pertencentes à Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CCHLA/UFRN) estão em tratamento no Laboratório de Restauração e Conservação (LABRE) do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Afetadas pelo mofo, essas edições raras são referências nas áreas de Psicologia e de Ciências Sociais. Algumas não estão mais disponíveis no mercado.

De acordo com Margareth Furtado, bibliotecária do CCHLA/UFRN, embora a quantidade seja pequena em relação ao acervo da Biblioteca Setorial, foi necessária a intervenção de especialistas da Arquivística, da Biblioteconomia e da História (restauração de papéis) para evitar a contaminação de outros títulos.

A recuperação dessas obras está sendo desenvolvida pela equipe especializada em recuperação de documentos e papéis e equipamentos pertinentes ao LABRE. Na primeira fase, as restauradoras Evanusia Gomes, do Laboratório, e Zaira Ferreira, da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM), visitam a Biblioteca Setorial do CCHLA, para diagnosticar a situação e emitir o laudo sobre o problema. Recomendaram, então, o tratamento do material danificado pelo mofo. Visualizado o problema, chamaram as professoras Iara de Fátima Gimenez, do Departamento de Química, e Vânia Andrade, do Departamento de Microbiologia e juntas analisaram o material e emitiram o laudo, identificando o mofo provocado por fungos, provenientes do próprio ambiente. Acatamos todas as recomendações. Retirou-se o material danificado para evitar a contaminação do restante do acervo e adotamos a limpeza das estantes, conforme Margareth Furtado.

Outra orientação das restauradoras é a aquisição de equipamentos desumidificadores, para melhorar a qualidade do ar dentro da biblioteca. Essa providência está a cargo do professor Herculano Campos, diretor do CCHLA.

Devido à quantidade de documentos que circulam pelo laboratório e o risco de contaminação, o material está sendo trabalhado aos poucos, explicou Conceição Guilherme, professora do Departamento de História e coordenadora do LABRE. No momento o material danificado está isolado. Os livros estão envoltos em plásticos, dentro de caixas e em seguida vão passar pelos procedimentos de conservação.

A primeira etapa do processo de conservação dos livros consta da desinfestação dos fungos, seguida da limpeza com algodão e trincha. Depois, dependendo da situação do livro, é feita a lavagem para a retirada dos fungos já tratados. Então, inicia-se o trabalho de limpeza com água. “Embora haja empenho por parte do LABRE, ainda não há um prazo para a conclusão dos trabalhos porque o laboratório está envolvido com a recuperação de outros documentos, também, como uma coleção de manuscritos”, concluiu Evanusia Gomes, responsável diretamente pela primeira fase da recuperação dessas obras raras.

O Laboratório de Restauração e Conservação de Documentos foi criado em 1988, a partir de um projeto coordenado pelo professor Cláudio Galvão, com a finalidade de iniciar, no Departamento de História, uma política de preservação de acervos. “Começou no final dos anos 80 e ao longo dos anos 90 foi se consolidando através dos projetos com a Pró-Reitoria de Pesquisa e, principalmente, a Pró-Reitoria de Extensão. Essa última dá um suporte por meio de projetos de extensão, do Departamento de História e do CCHLA, como bolsistas e materiais, para atender às demandas”, esclareceu o professor Galvão.

Ao longo dos anos, o LABRE cresceu e dispõe, atualmente, de uma restauradora em seu quadro técnico, contratada por meio concurso público. “Criamos o cargo de restaurador para o organograma da universidade, para que pudéssemos atender às demandas do próprio laboratório e termos um corpo técnico de qualidade”, declarou a professora Conceição Guilherme.

Segundo ela, a parceria entre LABRE e Biblioteca Setorial do CCHLA é de suma importância porque consolida ainda mais a política de permanência e valorização dos acervos. “É um acervo que deve ser preservado e mantido. Então, através dessa parceria a gente ajuda na sua permanência e longevidade. Contribuindo para consolidar ainda mais o trabalho do LABRE, que é desenvolvido dentro do CCHLA, com o apoio do centro e da Biblioteca Setorial, para que haja uma interlocução dentro da própria instituição”, finaliza a coordenadora do laboratório.

 

* Assessoria de Imprensa do CCHLA/UFRN.

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